Dois anos e meio de Governo PS<br>A política da exploração máxima
O PCP acusou o PS de se ter transformado em «instrumento principal» da política de «exploração máxima dos trabalhadores» e reiterou o seu total empenho no combate a estas opções que agravam as desigualdades e injustiças.
Agravam-se as condições de vida dos portugueses
Esta posição foi assumida na passada semana em declaração política proferida pelo líder parlamentar comunista na sessão plenária que marcou o início dos trabalhos da actual sessão legislativa.
Cumprida mais de metade da Legislatura, olhando para o caminho percorrido, é sombrio o quadro que se retém da acção governativa. Dele sobressai, desde logo, o agravamento das condições de vida dos portugueses, o que não é dissociável de uma política de «constrangimento orçamental» que, como lembrou Bernardino Soares, agravou a debilidade da nossa economia, manteve a contínua divergência com a União Europeia e levou o desemprego a um nível que não se via há 20 anos».
Lembrado foi, por outro lado, no plano laboral, a manutenção pelo PS do Código de Trabalho, por si antes criticado mas que agora quer agravar, «à boleia da chamada "flexigurança"». Isto num país, como fez notar o presidente da formação comunista, «com cerca de 830 mil trabalhadores com contratos a termo, com 570 mil compelidos a aceitar trabalho parcial ou com 150 mil falsos recibos verdes».
Criticadas por Bernardino Soares, ainda a este respeito, foram as afirmações do Ministro do Trabalho defendendo que «ou se aceita a flexigurança ou a alternativa é a desregulamentação selvagem». «Como se não fosse esse mesmo o caminho que pretende impor aos trabalhadores portugueses», observou o deputado do PCP, desmontando assim as demagógicas declarações de Vieira da Silva.
Reafirmado por Bernardino Soares foi ainda o compromisso da sua bancada no sentido de acompanhar muito de perto a presidência portuguesa da União Europeia, «designadamente quanto às decisões que, subtraídas à soberania nacional, afectam a vida dos portugueses». Exemplificando, referiu o caso da «política monetária do Banco Central Europeu, que, enfatizou, «tanto tem prejudicado a vida de centenas de milhares de famílias e que, em conjunto com as orientações e sobressaltos do capital financeiro especulativo, ameaça provocar uma verdadeira explosão social».
Computadores e propaganda
A recente distribuição de computadores em pleno arranque do ano escolar foi também criticada por Bernardino Soares, que viu no gesto mais uma bem montada operação de propaganda do Governo.
Para assinalar o arranque do ano lectivo, recorde-se, o Primeiro-Ministro, sete ministros e 13 secretários de Estado distribuíram 2.000 computadores pessoais a professores e alunos do 10.º ano em escolas de todo o país.
«O Governo, sempre tão ocupado com a presidência europeia, arranjou tempo para empenhar o Primeiro-Ministro e os ministros numa ampla campanha de propaganda à volta da abertura do ano lectivo», criticou o deputado comunista, afirmando que o tempo se encarregará de demonstrar que esta acção à volta da abertura do ano lectivo «não passou disso mesmo: propaganda». Visando esconder, afinal, o que realmente se passa nas escolas: «degradação das instalações; encerramento compulsivo de escolas não com cinco mas em muitos casos com 15, 20 e mais alunos; concentração dos alunos com deficiência em turmas e escolas segregadas, contra todas as orientações dos últimos 30 anos; falta de verbas para funcionamento; despedimento de milhares de professores».
Cumprida mais de metade da Legislatura, olhando para o caminho percorrido, é sombrio o quadro que se retém da acção governativa. Dele sobressai, desde logo, o agravamento das condições de vida dos portugueses, o que não é dissociável de uma política de «constrangimento orçamental» que, como lembrou Bernardino Soares, agravou a debilidade da nossa economia, manteve a contínua divergência com a União Europeia e levou o desemprego a um nível que não se via há 20 anos».
Lembrado foi, por outro lado, no plano laboral, a manutenção pelo PS do Código de Trabalho, por si antes criticado mas que agora quer agravar, «à boleia da chamada "flexigurança"». Isto num país, como fez notar o presidente da formação comunista, «com cerca de 830 mil trabalhadores com contratos a termo, com 570 mil compelidos a aceitar trabalho parcial ou com 150 mil falsos recibos verdes».
Criticadas por Bernardino Soares, ainda a este respeito, foram as afirmações do Ministro do Trabalho defendendo que «ou se aceita a flexigurança ou a alternativa é a desregulamentação selvagem». «Como se não fosse esse mesmo o caminho que pretende impor aos trabalhadores portugueses», observou o deputado do PCP, desmontando assim as demagógicas declarações de Vieira da Silva.
Reafirmado por Bernardino Soares foi ainda o compromisso da sua bancada no sentido de acompanhar muito de perto a presidência portuguesa da União Europeia, «designadamente quanto às decisões que, subtraídas à soberania nacional, afectam a vida dos portugueses». Exemplificando, referiu o caso da «política monetária do Banco Central Europeu, que, enfatizou, «tanto tem prejudicado a vida de centenas de milhares de famílias e que, em conjunto com as orientações e sobressaltos do capital financeiro especulativo, ameaça provocar uma verdadeira explosão social».
Computadores e propaganda
A recente distribuição de computadores em pleno arranque do ano escolar foi também criticada por Bernardino Soares, que viu no gesto mais uma bem montada operação de propaganda do Governo.
Para assinalar o arranque do ano lectivo, recorde-se, o Primeiro-Ministro, sete ministros e 13 secretários de Estado distribuíram 2.000 computadores pessoais a professores e alunos do 10.º ano em escolas de todo o país.
«O Governo, sempre tão ocupado com a presidência europeia, arranjou tempo para empenhar o Primeiro-Ministro e os ministros numa ampla campanha de propaganda à volta da abertura do ano lectivo», criticou o deputado comunista, afirmando que o tempo se encarregará de demonstrar que esta acção à volta da abertura do ano lectivo «não passou disso mesmo: propaganda». Visando esconder, afinal, o que realmente se passa nas escolas: «degradação das instalações; encerramento compulsivo de escolas não com cinco mas em muitos casos com 15, 20 e mais alunos; concentração dos alunos com deficiência em turmas e escolas segregadas, contra todas as orientações dos últimos 30 anos; falta de verbas para funcionamento; despedimento de milhares de professores».